quarta-feira, 16 de outubro de 2013

WHO THE FUCK IS CENA BETO?

texto Tiago Mardito


Para começo de conversa, já exista uma cena antes de qualquer rótulo fosse pensado. O que não havia definitivamente era um visível link estético ou ideológico entre seus membros, mas todos já admiravam o trabalho uns dos outros, iam para as apresentações uns dos outros, participavam dos shows e discos uns dos outros e chegavam até compartilhar integrantes com as bandas uns dos outros também. Não é assim que basicamente se alimenta uma cena musical? Pois é, da maneira mais natural possível, a coisa já começava a tomar corpo.

                Se bem que era um grupo razoavelmente heterogêneo de pessoas, tanto em relação à musicalidade, como em termos de personalidade - a rima não foi intencional, acreditem. Havia um performático songwriter e o guitar hero da turma (Juvenil Silva); um dos melhores letristas, também compositor, que Recife pode ter gerado nos últimos anos (Graxa); um roqueiro desbocado sempre a procura do beat para fazer a moçada cair na pista (Jean Nicholas); o introspectivo músico-produtor de onde você pode esperar a mais diversificada gama de sons e estéticas possíveis (DMingus); um compositor que transita entre a Vanguarda Paulista e o Canterbury Scene (Matheus Mota); um inclassificável e radical grupo que assombra platéias com seus shows não menos que impactantes (Ex-exus); uma banda fortemente influenciada pela psicodelia tupiniquim dos idos 60-70 (Dunas do Barato);  enfim um seleto grupo de figuras pitorescas.

Mas onde está Beto em toda essa história? O nome propriamente dito surgiu algum tempo depois, em um momento em que todos estavam começando a tentar organizar toda essa movimentação. Esse bando de malucos descritos no parágrafo acima resolveu se reunir no bar Derbilhar, que fica no bairro do Derby, em Recife. Em um primeiro instante, o ambiente estava especialmente caótico, com muita idéias e comentários fortuitos sendo disparados para todos os lados. Havia pessoas ali que mal se conheciam tentando entrar em uma sintonia que, de certa forma, já pairava ali no ar e só precisava de um empurrãozinho para se fazer concreta.

Chega o momento em que a seguinte questão é colocada em pauta: que nome vai se dar para essa bagaça toda? É mesmo necessário definir esse agrupamento de músicos? A conversa toma agora um rumo mais eufórico: uns defendem raivosamente a definição de um nome a essa tal cena musical, outros negam veementemente qualquer tipo rotulação e alguns simplesmente caem na risada. Foi aí que, em um estalo, Graxa, o cronista do mítico bairro do Jiquiá, aonde a idos anos aportou um Graf Zeppelin e onde ainda se encontra a primeira torre
para aquele tipo de dirigível em toda a América do Sul, de repente levanta sua voz em meio aquele tumulto e fala: "Bicho, precisa mesmo disso? Não tem que ter nome para essa Cena? Então chama logo de Beto. Olha aí que beleza...Cena Beto". As gargalhadas agora eram gerais, mas foi daí que uma piada interna tomou grandes proporções.


Pois é, minha gente! Sinto muito decepcioná-los, mas foi assim que surgiu o nome. Nada de histórias mirabolantes de quem parece ter uma equipe de experts em assessoria de imprensa ou roteiristas de histórias cinematográficas ao seu dispor - e olha que, cá para nós, muitos por aí tiveram e tem alguém que se presta a esse serviço todo. Deixemos um pouco os manifestos pomposos e nomenclaturas marqueteiras de lado nesse momento. De que vale tanta algazarra se, no fundo, o sujeito só está se importando em fazer o seu na maciota, sem se preocupar muito com o seu companheiro em volta? Pois, a Cena Beto possui esse suporte interno de sobra, tanto que sai pelo ladrão. E não foi preciso nenhuma barra ser forçada, pois todos nesse grupo genuinamente apreciam e apoiam o trabalho do outro. É uma Não-Cena que não faz cena e é mais Cena do que muita Cena, captou a mensagem?

De lá pra cá, a única coisa que posso dizer agora é que muitos discos foram lançados, outros tantos shows foram feitos, alguns bons eventos foram realizados e, acreditem, na imensa maioria de todos esses casos, foram os próprios músicos que fizeram as coisas rolar, sem auxílio de verba pública ou mão grande de figurão algum - sim, às vezes isso é possível também.

E não que fica só por aí, pois os compositores German Ra, Ênio Ohomemborba e Hugo Coutinho, e a íntérprete-mor e musa da Cena, Aninha Martins, ainda nem lançaram seus primeiros trabalhos, fora os próximos discos da turma citada nos parágrafos acima que ainda hão de chegar, cada vez mais e mais.  Sem esquecer o auxílio de Cláudio N e Grilowsky, músicos que militavam há tempos em outras trincheiras, mas que foram devidamente convocados e aceitos de pelos betosos.

Então é isso, meus amigos: a Cena Beto é a vontade de potência prevalecendo sobre as inúmeras dificuldades e a crocodilagem alheia, ou seja, não anula o desejo de seus integrantes verem seus parceiros alcançando sua parcela de reconhecimento; é um verdadeiro coletivismo que não se ampara em um ideário político-cultural que beneficia um grupo pequeno; é todo mundo junto, misturado, muito às vezes se fudendo junto também, mas, na hora de levantar do baque, meu amigo, segure a onda, porque vem todo mundo de vez virado com a porra de volta! E podem ter certeza, ainda tem muita lenha, ou melhor, filme, como diria uma música de Jean Nicholas, para queimar!

Chegou ao fim o Festival Morrostock 2013

 texto Sabrina Kwaszko

Sempre que algo especial acontece é difícil deixar pra trás e o Festival Morrostock deixou este sentimento no ar, nós da Rádio Putzgrila e não apenas locutores mas também ouvintes que encontramos por lá vivemos esta edição  intensamente.

Passaram por lá ótimas bandas e também ótimas pessoas dividindo seus conhecimentos culturais nas mais variadas faces além da música, artes, dança, consciência de sustentabilidade… E um Mutante circulou entre nós fazendo a alegria de todos os malucos Arnaldo Baptista que havia feito um show na noite anterior no centro de Sapiranga estendeu sua estadia e foi aproveitar também o festival.

Conseguimos, a Crisane Michel e eu, participar de um trecho de tudo isso no sábado noite em que rolou grandes shows, e parece até injusto falar de alguns quando na verdade passou por lá muita gente mas pra isso meus colegas e eu  nos dividimos, para poder abranger o festival quase como um todo e tentar refletir poraqui alguns fragmentos, entre shows, oficinas, banhos de rio , banhos de cascata, amigos e cerveja.

A Banda paulistana Mustache e Os Apaches fez um show à parte além chamarem atenção por usarem instrumentos “fora do comum” como banjo, washboard, violoncelo, bandolin… Todo mundo curtiu o som deles inspirados pelas Jug Bands norte-americanas e acabaram envolvendo o público de vez quando desceram do palco e foram pro meio do público tocar e dançar.

Na sequência subiu ao palco a banda gaúcha, de Santa Maria, Rinoceronte e mostrou a que veio com seu rock and roll forte e marcante.

A banda Tenente Cascavel fez um grande show tocando aqueles clássicos que ninguém esquece como ‘menstruada’, ‘irmã do doctor robert’, ‘identidade zero’ e muitas outras.

Seguindo o baile sobe ao palco a banda Cartolas, elegantes todos de preto, mandaram ver na rockeragem tocando e agitando a galera.

Não sou crítica de música, se é pra falar mal melhor nem falar, mas pra minha sorte o que vi gostei e não apenas eu, quero mandar um abraço especial para todos ouvintes que encontrei lá afinal temos os mesmos gostos musicais e é natural nos encontrarmos em shows, espero que possamos nos encontrar outras vezes e dividir bons momentos como esse. Até o próximo!

sábado, 12 de outubro de 2013

Far From Alaska lança clipe para a inédita “Dino vs Dino”


Com álbum de estreia previsto para 2014, a banda potiguar Far From Alaska, uma das grandes revelações do rock nacional, fez um lançamento duplo essa semana, revelando uma música inédita, “Dino vs Dino”, e seu clipe que foi gravado nas Dunas do Rosado (RN).


A produção ficou por conta da Granada Filmes e mostra Emmily Barreto liberando seus potentes vocais, acompanhada de seus companheiros de banda Cris Botarelli (teclado e voz), Edu Filgueira (baixo), Rafael Brasil (guitarra) e Lauro Kirsh (bateria), em meio aos fortes ventos e rajadas de areia num grande deserto.


sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Vespas Mandarinas é indicada ao Grammy Latino


A banda paulista Vespas Mandarinas rapidamente tornou-se um destaque do novo rock nacional. Esse ano, o primeiro álbum do grupo, “Animal Nacional”, está entre os indicados ao Grammy Latino na categoria de “Melhor Disco de Rock Brasileiro”.

O Vespas Mandarinas, formado por Chuck Hipolitho (guitarra e voz), Thadeu Meneghini (guitarra e voz), Flavio Guarnieri (baixo) e André Dea (bateria), trouxe em “Animal Nacional” um rock forte e consistente, com influência de bandas como Titãs, IRA!, Os Paralamas do Sucesso, entre outras. “Bebendo na tradição e jogando para frente” – como eles dizem. O disco foi produzido por Rafael Ramos.

Concorrem com eles na mesma categoria as bandas Jota Quest, Nevilton, Nando Reis e os Infernais e Vowe.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Astronauta Pinguim - "Automatic"/"Here She Comes, There She Goes" (2013)


O músico e produtor Astronauta Pinguim está lançando disco novo! E trata-se de um vinil 7 polegadas (o primeiro disco em vinil na carreira do Astronauta), contendo as músicas "Automatic", que conta com a participação especial de Simeon Coxe III, da lendária dupla norte-americana Silver Apples, e "Here She Comes/There She Goes". Ambas as composições foram registradas no The Central Lab - estúdio particular do Astronauta Pinguim, localizado na cidade de São Paulo -, com excessão da bateria e dos osciladores presentes a música "Automatic", executados pelo Ramiro Pissetti e pelo Simeon Coxe III, respectivamente (Ramiro gravou em Curitiba e Simeon gravou no estúdio dos Silver Apples, localizado em Magnolia Springs, Alabama, USA). 

Conhecido pelo uso de instrumentos e equipamentos originais dos anos 60, 70 e 80, o Astronauta Pinguim utilizou vários sintetizadores e baterias eletrônicas na gravação deste compacto (Minimoog, Polymoog, Moog Prodigy, sintetizadores Korg, baterias eletrônicas Roland e um vocoder podem ser ouvidos ao longo das faixas). A música "Automatic" também traz outra novidade: o Astronauta Pinguim cantando em francês. Ambas as músicas e letras são de autoria do prórpio músico. A capa foi elaborada e fotografada pelo Ramiro Pissetti, utilizando o olho da modelo Patricia Sary. A masterização das músicas foi feita na 24mastering (Holanda) e os discos foram fabricados na República Tcheca.

O compacto "Automatic" - featuring Simeon Coxe III (Silver Apples)/"Here She Comes, There She Goes" tem tiragem limitada de 250 cópias e será vendido exclusivamente nos shows do Astronauta Pinguim e também pelo email direto do músico: astroping@hotmail.com 

Segue anexo a capa do compacto e foto do Astronauta Pinguim com Simeon Coxe III (Silver Apples) - foto de Ramiro Pissetti.

Maiores informações: astroping@hotmail.com e pelo fone (11) 2373-7961

Astronauta Pinguim é músico e produtor, atualmente reside na cidade de São Paulo. Tem três discos solo lançados ("Petiscos: sabor churrasco/switched-on Bah!", 2004, "Supersexxxysounds", 2008 e "Zeitgeist/propaganda", 2011) e está  lançando um compacto em vinil em setembro ("Automatic", com participação especial de Simeon Coxe III, da lendária dupla eletrônica Silver Apples). Para shows e gravações, o músico utiliza exclusivamente sintetizadores e teclados analógicos - principalmente o sintetizador MOOG. Paralelamente ao trabalho solo, o Astronauta atua como músico de apoio das bandas da cantora Bárbara Eugênia e do cantor Lirinha. Produz e apresenta um programa de rádio semanal chamado Oscillations, que vai ao ar no Brasil e em Portugal.


Silver Apples - Influência tanto para apreciadores da música eletrônica - aquela feita nos primórios, com equipamentos analógicos e sem toda a tecnologia "facilitadora" de hoje em dia - como para fãs do rock experimental que se fazia nos anos 60, o Silver Apples é uma das bandas mais interessantes da história da música mundial. Formada na segunda metade dos anos 60, a dupla original era constituida pelo baterista Danny Taylor e por Simeon Coxe III, executando uma parafernália eletrônica inacreditável na época (Simeon chegou a utilizar nove osciladores de áudio controlados por um mecanismo no qual ele utilizava as mãos, os pés e até os joelhos e cotovelos para tocar ao vivo). Nesta época a dupla gravou três discos imprescindíveis em qualquer coleção: "Silver Apples" (1968), "Contact" (1969) e "The Garden" (gravado em 1969, mas lançado somente em 1998), álbuns que colocaram os Silver Apples para sempre na história da música como uma das primeiras bandas eletrônicas de todos os tempos, antecipando inclusive toda a revolução eletrônica capitaneada pelo Kraftwerk e outras bandas alemãs na década seguinte. Hoje em dia, Simeon Coxe III mantém o legado da dupla vivo (apesar do falecimento de Danny Taylor em 2005), se apresentando nos maiores festivais de música do mundo! 

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Ylana lança a faixa “Calcanhar” na web

Música faz parte da trilha sonora do filme “Tatuagem”




A música “Calcanhar”, parte integrante da trilha sonora do filme “Tatuagem”, é o primeiro single do novo álbum da cantora pernambucana Ylana.
Produzida por Manuca Bandini e Yuri Queiroga, que também assina a produção do primeiro disco da cantora, a faixa conta com a participação do maestro e pai de Ylana, Spok, no sax barítono.
Com um groove cheio de estilo, “Calcanhar” é um convite à dança, embalada pelo suingue da orquestra de sopros e pelos acordes da guitarra de Yuri Queiroga. A música traz uma divertida declaração de amor com "ares regionalistas".
Cantora apresenta o seu primeiro trabalho, em breve.
Para baixar “Calcanhar”, acesse: www.ylana.com.br