terça-feira, 8 de maio de 2012

Inspirados pelo Manifesto Pau Brasil


Decretar o nascimento e morte de qualquer movimento que seja é sempre questionável, os movimentos nascem de um pensamento coletivo e não exatamente aqui ou ali; com os Tropicalistas não foi diferente simplesmente quando se deram conta já faziam parte do grande Movimento Tropicalista.
Mas houve algo que os inspirou, algo especial que vinha a bater com suas idéias, o Manifesto Pau Brasil escrito por Oswald Andrade e publicado pelo Correio da Manhã, em 18 de março de 1924, é do mesmo ano do Manifesto Surrealista. Esse Manifesto traz o desejo da liberdade cultural do Brasil, o desejo de não sermos mais vistos como um subproduto de Portugal e o desejo de que a nossa cultura, influenciada por ela mesma, original fosse vista assim e indo além que a enxergassem e a desejassem como uma cultura de exportação assim como aconteceu com o Pau Brasil.
O marco inicial do movimento foi o Festival de Música Popular que aconteceu em 1967 pela TV Record. O que é unânime quando se trata da Tropicália é que ela foi uma ruptura , foi aberta, foi inovadora ao misturar várias estilos como rock, pop, samba, rumba, bolero e baião e obter um ótimo resultado ainda assim.  Antes disso “tudo estava no seu lugar” elite com a sua cultura de elitista e pobres com sua pobre cultura... Pop x folclore. Alta cultura x cultura de massas. Tradição x vanguarda.

“Um desejo amoroso de modernidade para o Brasil”

“Quando assumi o Tropicalismo, foi em termos de guerra. Fui para a prisão, fui torturado. Passei anos na clandestinidade e no ostracismo, mas fui fiel, como sou até hoje, à essência do que nos inspirava. A essência do Tropicalismo era um desejo amoroso de modernidade para o Brasil. Era todo um ponto de vista que estava, e continua, reprimido e que naquele momento histórico a gente pôde veicular. Foi um momento de êxtase, de criatividade real e que alimentou e alimenta até hoje este país. Foi talvez o movimento mais moderno do Brasil no sentido de que ele era um movimento ligado a uma civilização contemporânea e de massas, sem ranços, sem compromissos ou peias ideológicas com facções de esquerda, ou de direita.” – Este é o trecho de um depoimento de Rogério Duarte um dos Designers Gráficos mais importantes da época que escreveu o livro Tropicaos com propriedade afinal ele foi um dos idealizadores juntamente com Caetano Veloso e Gilberto Gil. 


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