Decretar o nascimento e morte de qualquer movimento que seja é sempre
questionável, os movimentos nascem de um pensamento coletivo e não
exatamente aqui ou ali; com os Tropicalistas não foi diferente
simplesmente quando se deram conta já faziam parte do grande Movimento
Tropicalista.
Mas houve algo que os inspirou, algo especial que vinha a bater com suas idéias, o Manifesto Pau Brasil escrito por Oswald
Andrade e publicado pelo Correio da Manhã, em 18 de março de 1924, é do
mesmo ano do Manifesto Surrealista. Esse Manifesto traz o desejo da
liberdade cultural do Brasil, o desejo de não sermos mais vistos como um
subproduto de Portugal e o desejo de que a nossa cultura, influenciada
por ela mesma, original fosse vista assim e indo além que a enxergassem e
a desejassem como uma cultura de exportação assim como aconteceu com o
Pau Brasil.
O marco inicial do movimento foi o Festival de Música Popular que aconteceu em 1967 pela TV Record.
O que é unânime quando se trata da Tropicália é que ela foi uma ruptura
, foi aberta, foi inovadora ao misturar várias estilos como rock, pop,
samba, rumba, bolero e baião e obter um ótimo resultado ainda assim.
Antes disso “tudo estava no seu lugar” elite com a sua cultura de
elitista e pobres com sua pobre cultura... Pop x folclore. Alta cultura x
cultura de massas. Tradição x vanguarda.
“Um desejo amoroso de modernidade para o Brasil”
“Quando assumi o Tropicalismo, foi em termos de guerra. Fui para a
prisão, fui torturado. Passei anos na clandestinidade e no ostracismo,
mas fui fiel, como sou até hoje, à essência do que nos inspirava. A
essência do Tropicalismo era um desejo amoroso de modernidade para o
Brasil. Era todo um ponto de vista que estava, e continua, reprimido e
que naquele momento histórico a gente pôde veicular. Foi um momento de
êxtase, de criatividade real e que alimentou e alimenta até hoje este
país. Foi talvez o movimento mais moderno do Brasil no sentido de que
ele era um movimento ligado a uma civilização contemporânea e de massas,
sem ranços, sem compromissos ou peias ideológicas com facções de
esquerda, ou de direita.” – Este é o trecho de um depoimento de Rogério
Duarte um dos Designers Gráficos mais importantes da época que escreveu o
livro Tropicaos com propriedade afinal ele foi um dos idealizadores juntamente com Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário