sexta-feira, 11 de maio de 2012

O beco das garrafas


 Famoso reduto da nossa Música Popular Brasileira, o apelido ‘Beco das Garrafas’ foi dado entre os anos 50 e 60 a uma Travessa da Rua Duvivier localizada no bairro Copacabana do Rio de Janeiro, capital; este beco era reduto de bares com nomes como Ma Griffe, Bacará, Little Club e Bottle's, também conhecidos como fumaceiros, e por lá andou gente que fez história com a nossa Música Popular Brasileira. O Beco é das Garrafas pelo fato de costumeiramente seus vizinhos atirarem garrafas nos frequentadores para intimida-los e ver se paravam com a “bagunça”. 
Como sabemos os anos 50 também é conhecido como os ‘anos dourados’, nesse período ocorreram fatos especiais os quais podemos chamar de vetores da nossa história. No dia 20 de outubro de 1951, é inaugurada a I Bienal Internacional de Arte de São Paulo. Em fevereiro de 1952, Elizabeth II torna-se rainha da Inglaterra. Em agosto de 1954, ocorre o suicídio do presidente do Brasil Getúlio Vargas. Em outubro de 1955, Juscelino Kubitschek (JK) é eleito presidente do Brasil.
Criação da empresa estatal Petrobrás, em 1953. Assinado o Tratado de Roma, em 1957, estabelecendo a Comunidade Econômica Européia (CEE). E enquanto Elvis Presley e o Beatles iniciam não apenas uma nova música mas também uma nova ‘ordem mundial’ no Brasil três rapazes fazem o mesmo iniciando o movimento da nossa Bossa Nova: Tom Jobim, Vinícius de Morais e João Gilberto.
Bossa nova subgênero do Samba e influenciada pelo Jazz estadounidense nasce na década de 50 no Beco das Garrafas, entre seus frequentadores apresentavam-se músicos e cantores como: Sergio Mendes, Luís Carlos Vinhas, Baden Powell, Durval Ferreira, Tião Neto, Manuel Gusmão, Bebeto Castilho, Dom Um Romão, Airto Moreira, Wilson das Neves, Chico Batera, Ronaldo Boscoli, Miele, Elis Regina, Sylvia Telles e Marisa Gata Mansa, Dóris Monteiro, Claudette Soares, Alaíde Costa, Leny Andrade, Wilson Simonal. Uma longa e talentosa lista e que com certeza ainda não deve fazer jus a todos que participaram contribuíram com o nascimento da Bossa Nova.
Mas, como todo sonho bom, durou pouco, e no início dos anos 60 o reduto do beco das garrafas entra em declínio, os músicos estavam sendo chamados para tocar no exterior e inclusive recebendo cachê, coisa que não era de costume por ali. E este foi apenas o começo da bela história do que estava por vir a ser o movimento internacional da Bossa Nova.
Por mim publicado no site FutMus em 23/04/2012



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